Alguns de vocês já devem saber, outros talvez não, mas não é de hoje que o Brasil, um dos paises mais megadiversos do mundo, tem seus recursos biológicos levados embora sem qualquer autorização ou compensação: alguns sugerem até que a biopirataria começou com os recursos levados por Portugal durante a colonização do Brasil.
É sobre isso que trata o episódio número 17 do PodCast Decodificando, no qual a Amanda, o Jonny e eu falamos um pouco sobre o que, como acontece e quais as consequências da Biopirataria.
Alias, também mencionamos diversos pontos que foram abordados na ainda recente CPI da Biopirataria, que trataou dessa questão, demonstrando ao menos algum interesse político de buscar soluções para o problema e tentar preservar a fauna, flora e conhecimento tradicional que são nossos, estão dentro da esfera da nossa soberania, representam uma riqueza sem tamanho e devem ser protegidos.
Ah… Além disso o PodCast também inalgura uma promoção, basta ouvi-lo para saber como concorrer ao livro A cabeça de Steve Jobs” de Leander Kahney. Vale a pena conferir!
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Vale avisar que o Sapere Aude e o Decodificando estão concorrendo ao prêmio Best Blogs Brazil 2008.
Votem no Sapere Aude na Categoria Jurídico
Votem no Decodificando na Categoria Melhor PodCast
Cara Danielle.
Sou, indesculpavelmente, devedor.
Tive uma pane em meu computador e, pra variar, perdi muita coisa, inclusive seu e-mail.
Só hoje consegui (não sou muito habilidoso com estas máquinas modernas) encontrar este seu sítio.
Ouvi o PodCast que sua trupe produziu sobre o tema “biopirataria”. Posso afirmar que não poderia abordar o tema com esta generalidade e, ao mesmo tempo, profundidade de análise.
Gostaria, apenas, de apontar outro aspecto que poucos ousam enfrentar: a utilização por grupos econômicos nacionais de forma sustentável dos recursos naturais e culturais.
Uma das facetas da cultura ainda não bem desenvolvidas pelo brasileiro diz exatamente com esta minha percepção do tema. Nós somos pródigos em choramingar e nada fazer.
Tenho forte convicção que a biopirataria, além das mazelas muito claramente expostas por vocês, é resultado de uma inexistente gestão empresarial de médio e longo prazo.
Ora. Muito mais cômodo ganhar rios de dinheiro investindo em ações e jogando no mercado futuro com as empresas que nos aviltam, do que gastar muito tempo, neurônios e dinheiro na busca de desenvolver grupos de ciências básicas e indústrias que possam tirar, de modo sustentável e controlado, recursos que venham a ser transformados em tecnologia, saúde, cultura, etc.
É notória a falta de interesse de nosso empreendedor no financiamento de pesquisas de base. O Estado, como podemos ler todos os dias nos jornais, investe muito mais na melhora da qualidade de vida de seus “representantes” do que na conquista do bem comum, o que faz sobrar muito pouco para esta mesma finalidade. Hoje, sabemos que o investimento estatal que mais cresce é na contratação e no pagamento de pessoal. (talvez mais um dos motivos de sermos tão dependentes do0 conhecimento produzido pelos biopiratas…)
Eu tenho o péssimo hábito de ser otimista.
Talvez, com a utilização destes gêneros de espaço, onde se podem lançar idéias sem ter que passar pelo crivo da mídia institucionalizada, alguma boa alma seja sensibilizada e lance o primeiro grão de areia desta grande obra a ser erguida.
Espero que estes esforços que você e seus companheiros demonstram continuem a frutificar e que pessoas certas venham dele conhecer.
Mais uma vez, como devedor que sou (não se esqueça que, para nós, a obrigação é um processo de parificação e pacificação social), a cumprimento e me desculpo pelo não cumprimento de uma promessa (lembra-se das obrigações morais……)
Gerson.